Roberta Cumatcha chegou a Portugal há um ano depois deixar o seu país de origem, a Guiné-Bissau, para receber tratamento médico. É um dos formandos do projeto Integra+, cujo objetivo é oferecer formação na área de Supermercado a cerca de 30 migrantes.

Aqui fica o testemunho que nos deu a propósito do Dia Internacional da Mulher:

“Vim para Portugal sozinha por motivos de saúde há um ano, depois de ter tido um acidente na Guiné-Bissau. Tive de vir para Portugal para fazer tratamentos médicos que não estavam disponíveis no meu país.

Vim sozinha e fui viver com uns tios que já moravam cá. O meu objetivo atualmente é tratar-me e ficar cá depois de terminarem os tratamentos para poder estudar. O meu sonho era estudar Medicina, mas hoje acho que vai ser muito difícil, pelo que vou tentar estudar enfermagem. Neste momento estou a tirar um curso de auxiliar de ação médica à noite e estou a frequentar uma formação no JRS depois ter ter lá ido pedir ajuda para encontrar um emprego. Gosto mesmo de aprender coisas novas!

Para o Dia da Mulher gostava de dizer que tenho muito orgulho em ser mulher! Como imigrante sinto que o que tenho a fazer é esforçar-me para ser uma boa mulher, respeitada e arranjar um trabalho. Pela minha experiência posso dizer que o mais difícil para uma mulher, especialmente se for migrante, é conseguir um emprego. Principalmente, porque quando as mulheres migrantes não têm documentos perdem acesso a muitos direitos e ficam vulneráveis. Já estive nesta situação e fiquei muito perdida, até pensei em voltar para a Guiné-Bissau.

Gostava de dizer às mulheres para terem coragem, serem empenhadas e para terem orgulho nelas próprias!”

Roberta Cumatcha, Guiné-Bissau, 24 anos

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