A cada 3 segundos, uma pessoa é forçada a deixar a sua casa. Muitos fogem da guerra, outros porque são perseguidos por motivos políticos, pela sua raça, etnia, género ou religião, outros de violações sistemáticas de direitos humanos no seu país.

Ouvindo cada história com atenção, rapidamente percebemos que o que move as pessoas é o sentimento de desespero e que é urgente um maior esforço de compreensão do que está realmente em causa.

Desde 2015, a Plataforma de Apoio aos Refugiados acolheu mais de 775 pessoas em 96 Instituições espalhadas por 17 distritos. Cerca de metade são crianças. É, por isso, a demonstração de que a Sociedade Civil portuguesa é capaz de se mobilizar e responder, com eficácia, ajudando o governo português a cumprir os seus compromissos internacionais.

Celebramos, por isso, o facto dos portugueses não se terem deixado enganar pelo ódio e se terem empenhado em fazer de Portugal um exemplo de acolhimento. Juntos, desconstruimos os muros, físicos e mentais, e vimos o outro lado de uma narrativa que nos pretende afastar, dividir e separar.

Mas celebramos, sobretudo, todos os homens, mulheres e crianças que encontraram em Portugal uma segunda oportunidade e que hoje podem finalmente alcançar os sonhos que trouxeram consigo. Todos aqueles que têm de começar do zero, mas que não desistem, mesmo apesar de todas as dificuldades.

Acolher quem foge de tamanhas atrocidades não é uma questão política, mas sim uma questão de Humanidade, que diz respeito a todos e na qual todos devem tomar parte.

Somos um país de emigrantes, um povo que conhece a dura realidade de deixar tudo para trás e que sabe o que é ter de lutar contra regimes opressivos ou ter de fugir pela sua sobrevivência. Mas mesmo se assim não fosse, seriamos antes de mais, pessoas que fazem parte de uma grande família, a família humana. E uma família não vê fronteiras, nem deve deixar ninguém para trás.

Relembrando as palavras de Pablo Casals:

“O amor pelo nosso país é uma coisa maravilhosa. Mas por que deve o amor parar na fronteira?”

Neste dia: A Plataforma de Apoio aos Refugiados irá assinalar esta data com o encontro “Juntos Acolhemos” que irá acontecer na quarta-feira, dia 23 de junho, na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. Este encontro pretende celebrar a jornada de 5 anos de acolhimento realizada pelas várias instituições espalhadas pelo país.  O JRS irá, também, festejar este dia com uma campanha de sensibilização em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, com o objetivo de destacar todas as alegrias que o trabalho de acolhimento trouxe ao município ao longo destes últimos anos no Centro de Acolhimento Temporário, situado no Lumiar.